Depois de mais de dez anos sem dirigir um filme. Depois de muitos e muitos sucessos como atriz – e uma maravilhosa atriz! - ela está de volta. Ela que carrega na bagagem filmes como Taxi Driver, O silêncio dos inocentes, Quarto do pânico, entre muitos outros. Pra mim, qualquer coisa que leve o nome dela é sinônimo de qualidade, inteligência e bons conteúdos. Estou falando dela, Jodie Foster, que volta tanto como atriz, mas também no papel de diretora no excêntrico filme Um novo despertar que estreiou nos cinemas de Porto Alegre na última sexta-feira. O filme traz consigo também o nome de peso do veterano ator Mel Gibson que, nos últimos tempos só tem aparecido nas manchetes por seus ataques de agressão, alcoolismo e vexames. Porém, através dessa chance dada por Jodie Foster, ele volta com tudo no papel do perturbado e depressivo Walter Black, pai de família que se vê em uma depressão que parece não ter solução, depois de anos dormindo a maior parte do tempo dos seus dias, tomando rios de remédios e alimentando o ódio do seu filho mais velho, sua mulher – interpretada por Jodie – toma coragem e o manda para fora de casa. É aí que tudo começa quando ele encontra em um depósito de lixo da rua, um simpático Castor – boneco tipo ventríloquo – que coloca no porta-malas do carro. Nessa mesma noite ele tenta suicídio mas, quando está quase conseguindo, surpreendentemente, o Castor toma vida e passa a falar por ele e ajudá-lo a sair do fundo do poço. É nessa inteligente temática de alucinação, depressão, traumas, medos, distúrbios, loucuras e pequenas pitadas de humor que o filme nos conduz através desse incrível personagem. Vale a pena comentar que a interpretação desse incrível, mas também difícil personagem foi muito, mas muito bem executada por Mel Gibson que dá um show do início ao fim da trama. Tanto como Walter, mas também pelo Castor que “vive” em sua mão esquerda. Em diversos momentos o bichinho parece mesmo ter vida e interpreta com caras e bocas que variam do fofo para o levemente assustador. Uma das melhores cenas do filme sem dúvida alguma é quando o casal está transando na companhia do simpático Castor que também cansa depois do ato consumado. Muito bom! Quero salientar também que a direção de Jodie Foster é impecável. Planos muito bem elaborados que nos guiam levemente quase que disfarçando completamente os cortes. Sequências muito bem decupadas que fluem e atraem nossos olhares o tempo todo. Um filme muito bem feito que não deixa a gente sentir o tempo passar. As críticas lá de fora não foram lá muito boas, mas meu parecer final é que o filme é um delicioso presente para quem gosta de estudar a complexidade humana. O ser humano é capaz de passar por tantas situações que nós nem sequer imaginamos. Abro um parênteses para dizer que mês passado a revista Super Interessante colocou nas bancas uma edição especial só sobre transtornos da mente humana, a revista ainda está nas bancas, comprei há algumas semanas e ali pode-se ver a quantidade de perturbações que podem freqüentar as nossas mentes. O filme fala sobre isso, fala sobre um extremo da depressão. Uma confusão tão grande dentro da mente daquele personagem que ele acaba por se esconder atrás desse bicho de pelúcia que o leva ao ápice do sucesso e depois novamente ao final do poço, em um extremo do extremo do extremo da loucura. Um show de vida, um belo filme. Inteligente, interessante e único! Gostei de verdade e recomendo. Quem gosta do incomum, vai adorar assistir a esse candidato a filme cult. Um novo despertar traz novidade para a tela do cinema e isso é simplesmente incrível!
Aproveito para dizer também que hoje ganhei da minha mãe mais um livro de crônicas da Martha Medeiros. Um daqueles livros de bolso, das antigas, com muitas crônicas gostosas e inteligentes de se ler. É certo que às vezes tem algumas coisas meio extremistas da Martha, mas acho que é por isso que eu gosto tanto dela. Essa coisa de ódio e amor é que movimenta os estudos. Gosto de ler os livros dela porque sempre é possível pensar, repensar, debater comigo mesma, refletir sobre várias coisas. Muito bom! Já li um pouquinho hoje mesmo, assim que cheguei, acho que ali acabarei me inspirando para mais assuntos por aqui.
Então é isso! Semana começando, bastante coisa pra fazer, mas eu venho vindo sempre que posso. Ainda quero falar daqueles filmes que comentei antes e também quero ver se consigo ir assistir ao O poder e a lei. Mas, hoje eu não podia deixar de falar do filme da Jodie, fiquei em êxtase por ver algo tão diferente e tão interessante.
Nos vemos em breve!
Um beijão para cada um dos meus leitores.
E outros tantos beijos bem especiais somente pra ela!
Bjs,
Pam
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