Há alguns dias comentei com a minha terapeuta que, para eu escrever, precisa bater aquela inspiração. Um motivo qualquer. Um porquê. Seja lá qual for. Isso foi uns poucos dias antes de eu ir pra São Paulo... Eis que, agora, estou de volta a Porto Alegre! E, para cessar as dúvidas e curiosidades de muitos, resolvi nesse meu dia meio “Comer rezar amar” vir postar no blog e falar um pouco do que tem acontecido por aqui.
Acalmem-se todos! Eu não desisti do curso de Direção de Fotografia. Pelo contrário. Eu me apaixonei completamente pelo curso! De repente, aquilo que eu já gostava, eu começo a gostar ainda mais! Muito bom! Apenas desisti de morar em São Paulo. Impraticável, galera! Depois de caminhar ruas e mais ruas no boca a boca procurando apês, flats, pensões, pousadas, hotéis... tudooo que se possa imaginar! Não rolou! Eu e minha mãe nos esgotamos e não achamos nada que valesse mesmo a pena. Ou é muito caro. Ou muito espelunca. Ou muita gente em um pequeno minúsculo espaço comum. A comida é cara. Um povo louco pra pouco trabalho. Enfim... decidi tentar um emprego por aqui e rolou! Primeira entrevista. Fechei. Carteira assinada e tudo! Contrato fechado na segunda-feira próxima! E, com isso, ficarei bem “global” vivendo uma incrível jornada de ponte aérea, não Rio/SP, né? Mas uma igualmente glamurosa: Poa/SP! De quinze em quinze dias, passarei um final de semana em Sampa, e isso até julho! Fazendo O curso de fotografia! Sim! Com O maiúsculo! E ainda podendo curtir sossegada a boa comida da cidade, os bons shoppings e aproveitando pra estudar enquanto estiver sozinha. Acho mesmo que as coisas acontecem por algum motivo. E, de repente, por mais confuso e maluco que tenha sido tudo isso. Depois de despedidas. Choros. E um certo desespero. De repente tudo começa a se encaixar de novo e, melhor... de uma maneira muito mais interessante e estimulante do que eu havia imaginado.
E o melhor vocês não sabem... o trabalho é a minha cara! E tem tudo a ver com esse meu novo caminho de especialização...... estou trabalhando como cinegrafista! E, nessa empresa, aqui em Poa, sou a primeira mulher a ocupar esse cargo... ADORO! É muito engraçado chegar nos clientes e a equipe me apresentar como a nova cinegrafista. Logo vem os comentários: “Uma mulher! Que legal!” “Onde vcs conseguiram uma cinegrafista mulher?” “Viu, só? Agora é uma mulher que ocupa o cargo e ainda é loira, estamos com tudo!”.
Rsrs
Muito bom! E que UP pro meu instinto feminista, hein? Tô adorando! É certo que chega final do dia e o ombro tá dolorido, mas é muito bom essa adrenalina de se sentir útil e ainda mais sabendo que se trabalha com aquilo que se ama. Melhor sensação do mundo!!
Ixi! Agora me dei conta que tomei um rumo completamente diferente do que havia pensado em dar à esse post. Enfim... o fato é que estou me sentindo em um momento meio “Comer rezar amar”, mas não no sentido literal das palavras. E nem no sentido de vida pelo qual a mulher passou e que depois gerou o livro. Nada disso! Falo mais no sentido de estar passando por uma espécie de sensação de vida em blocos. E, especialmente hoje, parece que vivi momentos um tanto quanto distintos em um único dia.
De manhã acordei animada para o primeiro dia oficial de trabalho. Entreguei documentação. Fiz exame médico no centro. No intervalinho aproveitei pra fazer umas comprinhas. Almocei com o pai. Corri pra pegar a lotação. Voei pro trabalho. Gravei a tarde toda. E no final do dia fui pro shopping pegar um cineminha.
Ok. Falando assim parece que foi tudo normal. E, na verdade, foi mesmo. Só que eu me senti – muito – diferente em cada um dos tempos desse dia. Talvez seja efeito TPM, mas talvez possa também fazer algum sentido.
De manhã eu tava me sentindo uma pessoa completamente comum. Trabalhadora brasileira. Que não desiste nunca. Uma sensação meio #PedreiraFellings.
De tarde me senti uma pioneira. Uma super mulher operando a câmera em meio a um monte de homens que me rodearam durante o dia entre equipe e clientes.
No final do dia. Fazendo hora no shopping, eis que me deparo com uma exposição de mais de 400 Barbies “contando” história dos anos 60 até os dias de hoje. SENSACIONAL! E nem adianta vir dizer que é bobagem porque entre as muitas pessoas que estavam se esbarrando pra enxergar as belíssimas bonecas – salienteando que entre a platéia havia inclusive um montão de homens interessados de fato – a maioria tinha mais do que vinte anos, aliás, arrisco dizer que a maioria tinha mais de trinta anos. E não é pra menos, as bonecas são perfeitas!! Retratam tudo de mais lindo que já passou pelas passarelas, cinema, moda, TV, tudo!! É lindo de se ver! Me senti uma menininha! E confesso... me emocionei quando cheguei em um dos painéis e vi, entre aquelas tantas relíquias, uma das Barbies que eu tive!! Meus olhos ficaram marejados, me emocionei mesmo. Pra seguir o baile da noite, depois fomos assistir à comédia romântica “Sexo sem compromisso” com a maravilhosa Natalie Portman e o fofo Ashton Kutcher. Gostei bastante! Admito: água com açúcar total, mas uma fofura! Eles são ótimos, a história é uma gracinha e de quebra ainda dá pra dar umas boas risadas. De repente me senti uma mulherzinha!! Não mais a primeira cinegrafista mulher da empresa... mas uma mulher como qualquer outra. Maluca. Carente. Romântica. Bobalhona. Chorona. Apaixonada. Sei lá. Quando vi tava escorrendo uma lágrima do meu olho. O filme mexeu comigo, isso é fato... talvez tenha sido conseqüência de uma TPM, ou talvez tenha sido pq eu me deixei levar mesmo, me despi daquele uniforme de super mulher e deixei os sentimentos tomar conta de mim, a gente é assim mesmo e acho que devemos nos orgulhar do nosso sentimentalismo, isso é virtude e não defeito! Enfim... me entreguei pra história, essa é a verdade.. Me senti um pouco como o Adam – papel interpretado pelo Ashton – não dá! Sexo sem compromisso não dá! Hehehehe.
Uma hora a gente se entrega... não tem jeito.
“Se você se aproximar mais um pouco preciso dizer que nunca mais te deixarei ir embora.”
Não é fácil ser mulher. Eita cabecinha complicada essa nossa! Como que faz pra achar espaço nessa bagunça toda e, pior, como faz pra gente conseguir se entender, hein? É trabalho, família, namoro, TPM, Barbies, câmeras, filmes... tudo isso e mais um pouco... tudo junto e misturado! Às vezes dá um curto-circuito mesmo. Mas, no final das contas, é uma delícia ser mulher!
Meus olhos começam a querer fechar agora... tô com sono e amanhã quero nadar de manhã, cozinhar no almoço, fazer um trabalho do curso e namorar.
Talvez seja melhor eu dar uma folga pra essa minha cabeça maluca de mulher. Falei um bommm bocado, mas para aqueles que quiserem saber ainda mais detalhes, a rotina tá bem mais corrida agora, mas terei o maior prazer de me organizar pra ver e rever a todos. Na verdade, é muito bom estar em casa. É muito bom ter vocês perto de mim!
Boa noite!
Apareço o tão breve possível!
Beijos,
Pam
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