Ensaio Book Ana diária 1

Ensaio Book Ana diária 1
31 de outubro de 2012
"I just wanna be free. I just wanna be me."

terça-feira, 22 de março de 2011

Después de ti no hay nada


Minha cabeça tá sem rumo. Desde ontem. Mesmo no momento em que subi as escadas do viaduto da Carlos Gomes para pegar o T2 do trabalho de volta pra casa, mesmo ali, sabendo para onde estava indo, ali minha cabeça já estava sem rumo.
Ontem também, estávamos comentando no carro da produção o quanto uma pauta do dia pode nos enganar sobre o rumo da rotina. Às vezes a gente recebe a pauta e pensa: “Puts! Hoje o dia vai ser difícil. Clientes complicados, planos demorados..” e então corre tudo uma maravilha. Outros dias porém, recebemos uma pauta que julgamos “barbada” e aí quando a gente vê, vira um caos! Não só as pautas, mas a vida da gente também é assim. Tem dias que começamos já pela manhã cheios de animação, bom humor, conversas agradáveis, trânsito legal, música no som... e de repente a gente faz, ou alguém faz pra gente, uma coisinha que estraga tudo!
Nossos atos, por menores que sejam, podem provocar mudanças bruscas nos rumos das coisas. A sensação que eu estou agora poderia ser descrita em uma palavra: Susto!
Eu estou assustada. Parece que está tudo se embolando por aqui. Seguidas vezes tenho a sensação certeira de que meu corpo não acompanha minha cabeça. Parece que meu ritmo e minhas idéias são muito, mas muito mais aceleradas do que o meu corpo. Parece que ele não agüenta o tranco volta e meia. Minha sede de trabalho, estudo, namoro, amigos, família, jantares, cinemas, seriados de TV, escritas, enfim... minha inquietação parece que deixa o meu corpo maluco volta e meia. Acho que perco a razão. Canso sem saber. Peço atenção sem saber... até porque, não é lá muito fácil pra essa independente ariana confessar que precisa de ajuda de vez em quando, que precisa de companhia e atenção – e, pior, que precisa muito mais do que imagina! Não é à toa que, dessa vez – como em muitas outras vezes – meu corpo se manifestou... estou com uma gripe desgraçada! Dor por todo o corpo, ouvidos entupidos, nariz congestionado, respiração só pela boca, calorões, vontade de ficar deitada uma semana inteira. Mas, minha cabeça – é claro! – não está pensando assim... ela está preocupada em terminar o trabalho de análise fotográfica do curso que tem segunda aula no sábado, com a primeira reunião do trabalho hoje no final da tarde, com o namoro que acabou sufocado ontem sem querer, com a saudade das amigas, ixi! com um monte de coisas! A minha cabeça tá a mil! E meu corpo tá a zero...
De fato isso não é de hoje, mas de repente, não me conformo em estar vivendo um momento tão incrível e feliz e meu corpo simplesmente estar me sabotando dessa maneira. Todavia, coitado do corpo também, né? Só ele tem levado a culpa... sendo que, ontem, acho que levei um bom tropeço foi da minha cabeça acelerada mesmo. Apesar de, nos últimos tempos, ter adquirido uma maturidade e paciência das quais precisava muito e agora feliz posso dizer que tenho, admito também que volta e meia essa minha aceleração incontrolável me faz cometer atitudes um tanto quanto desnecessárias, cobranças mascaradas, pressão chata... coisas que odeio e que acabo fazendo totalmente sem querer.
Mas a verdade é que tudo se resume a essa sensação de susto. Eu estou completamente e terrivelmente assustada! Essa coisa de “vou pra São Paulo... não vou pra São Paulo...” isso mexeu com os neurônios aqui... os bichinhos tinham se preparado pra uma coisa e de repente estão vivendo outra completamente diferente. Sem contar que acho mesmo que a tal da TPM está freqüentando esse corpo assiduamente, já que tenho me sentido uma mulherzinha dos pés a cabeça!!!! Às vezes não consigo controlar essa coisa de me sentir sem espaço. olho para os lados e parece que não tem nem um lugarzinho pra mim ali dentro, entende? Bobagem minha... é claro que tem um lugar pra mim ali. e é um lugar pra lá de especial, eu sei que é. Mas volta e meia bate a insegurança. bate mesmo e, por mais que eu não queira me sentir assim, é um tanto quanto inevitável porque existem fatores que intensificam essa insegurança. Dá medo. Eu estou assustada. São muitas informações. E parece que não vai demorar muito tempo para as coisas se definirem. E isso me assusta mais ainda. Sei que meu papel não deve ser o de ficar preocupada, muito menos triste e muito menos ainda devo fazer o papel da chata que fica cobrando. Cada coisa tem seu tempo. Cada pessoa tem seu tempo. O que me deixa louca é justamente essa falta de equilíbrio meu... parece que eu penso de um jeito e ajo de outro. Eu não tenho pressa, mas admito como já admiti outras vezes... eu tenho medo! Só que, não depende de mim. As coisas sempre dependem de cada um para com si mesmo. A mim só resta procurar essa paz e equilíbrio e , claro, me resta esperar... e esse é o problema. Acho que eu nunca soube esperar, talvez essa seja de fato uma das maiores lições que eu venha a aprender na vida. Eu sempre acabo dando umas mancadas quando tenho que esperar. Na hora que a gente menos deve magoar e chatear, é exatamente isso que a gente faz. Mas a verdade verdadeira é que eu estou assustada. muito assustada. Não que isso seja uma desculpa, mas é aí que me volta a tal questão de corpo e mente... parece que penso uma coisa e meu corpo faz outra. Olha aí, já disse isso e tô dizendo de novo... Mas o fato real é que minhas mãos estão atadas. Só o tempo irá dizer. Por ora peço desculpas pelo que meu corpo possa ter feito ou falado de errado. Garanto que minha mente está muito mais lúcida do que ele e isso irá se revelar em meus olhos na próxima vez que nos encontrarmos. Acabo vindo aqui quando esses devaneios me ocorrem, porque se há coisa que acalma essa inquieta mente, essa coisa é escrever. Escrever me faz um bem indescritível. Fora isso, fico com a certeza e a lembrança aqui dentro de mim de um dos momentos mais lindos que já vivi até hoje. Dentro do carro, no meio de um congestionamento em frente ao parque em um domingo ensolarado, ela olhou pra mim e cantou: “Después de la tormenta siempre llega la calma pero, sé que después de ti, después de ti no hay nada.” Como sempre especial. Como sempre inesquecível. Como sempre, nesse momento eu me entendo por completa, meu corpo, minha mente e, principalmente, meu coração se enchem de amor sempre que lembro dela. Mais um momento que jamais esquecerei… pra mim a verdade é a mesma. Después de ti… después de ti no hay nada.
Enquanto eu sigo em busca do equilíbrio entre minha mente e meu corpo, desejo a todos uma ótima terça-feira e nos vemos em breve!
Beijos,
Pam.



Obs.: Essa é a postagem número 60! Nem sei se isso é muito ou pouco para um ano de blog, mas deu vontade de comentar. Ah! E aproveito pra dizer que coloquei o texto em negrito pq o Dudis disse achar ruim de ler pq as letras sempre ficam fraquinhas quando estão normais.. vejam se assim melhora.. Bjs e fui!

Um comentário:

  1. "E aproveito pra dizer que coloquei o texto em negrito pq o Dudis disse achar ruim de ler"
    Obrigado, para mim melhorou muito :P Saudades. Beijos

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